Comemora-se hoje o Dia da Região Autónoma da Madeira.
Oficialmente, as comemorações restringem-se à Região Autónoma, mas, em substância, esta é uma celebração de Portugal inteiro.
Porque a autonomia regional, que hoje assinalamos, foi uma das mais felizes e mais frutuosas realizações do Portugal democrático.
Porque a autonomia da Madeira e dos Açores é um elemento de coesão nacional, um traço de união entre os Portugueses, que une em vez de separar, que sana conflitos em vez de os fomentar.
Porque a experiência autonómica, prevista desde a versão originária da Lei Fundamental de 1976 e enriquecida em revisões constitucionais posteriores, tem sido um fator absolutamente crucial para o desenvolvimento económico e social da Madeira e de Porto Santo e para a significativa melhoria das condições de vida das suas populações.
Orgulho-me de, quer como constituinte, em 1975-1976, quer como um dos responsáveis políticos pelas revisões constitucionais de 1982 e de 1997, ter-me batido desde a primeira hora pela autonomia das regiões insulares e pelos legítimos interesses e anseios de madeirenses e de açorianos.
Hoje é também o dia das Comunidades Madeirenses dispersas pelo mundo.
Saúdo-as com emoção – e com o respeito devido àqueles que, pelo seu trabalho e pelo seu exemplo, engrandecem o nome de Portugal.
Este ano, o Dia da Região é comemorado numa conjuntura muito singular, marcada pela adversidade e pela incerteza.
A pandemia obrigou a que, ao contrário do que estava planeado, as cerimónias oficiais do Dia de Portugal não pudessem ser realizadas no Funchal e na África do Sul.
Faço votos para que, no próximo ano, essa aspiração possa concretizar-se, como é de inteira justiça para todos os madeirenses e porto-santenses, nomeadamente os da diáspora sul-africana.
Neste Dia, saúdo muito calorosamente o povo da Região Autónoma da Madeira e agradeço-lhe o extraordinário exemplo de coragem e de força que têm dado à nossa Pátria comum.
Marcelo Rebelo de Sousa