Tem amanhã lugar em Varsóvia a cerimónia evocativa do início da Segunda Guerra Mundial, na qual me farei representar pelo General António Ramalho Eanes.
A jornada deste dia recorda o começo de um dos mais graves conflitos da História da Humanidade, que para sempre ficará inscrito na memória do mundo.
A guerra de 1939-1945 opôs a liberdade à tirania, a democracia à ditadura, a tolerância ao racismo e à xenofobia. Devemos, por isso, assinalar o passado, e as suas tragédias, com um sentido de presente e como uma lição de futuro.
No nosso tempo, caracterizado por novas ameaças à democracia e à liberdade, marcado pelo recrudescer de pulsões extremistas e intolerantes, pelo surgimento de novas formas de populismo radical e xenófobo, devemos revisitar a catástrofe de há 80 anos, para não repetir os erros desse pretérito imperfeito.
Portugal é um país de paz, uma pátria de tolerância. Assim queremos que seja, e que continue a ser. Devemos, pois, ensinar às gerações mais novas o que foi a Segunda Guerra Mundial, para que os seus milhões de mortos não tenham perecido em vão.
Cultivarmos a paz e o respeito pelo outro é a melhor forma de homenagearmos as vítimas militares e civis da Segunda Guerra Mundial.
Em espírito de fraternidade europeia - e mundial -, assinalemos os 80 anos de uma terrível guerra, de uma guerra travada em nome dos valores que nos distinguem como civilização e como espaço de liberdade.
Pela liberdade, pela democracia, pela tolerância, lembremos as vítimas da Segunda Guerra, e todos os povos nela envolvidos.
Marcelo Rebelo de Sousa