O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa lamenta a morte de Maria José Moura e envia as mais sentidas condolências à família e aos amigos.
Maria José Moura teve um destacado papel na definição da política da leitura pública em Portugal, tendo dirigido o Programa da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas durante cerca de 20 anos (1987-2006). Este programa tinha como principal objetivo garantir que todos os municípios dispunham de uma biblioteca pública, combatendo de forma célere a desoladora herança encontrada. Como afirmou em entrevista à Lusa em 2016: “só havia meia dúzia de bibliotecas das câmaras, com as estantes fechadas. Tudo poeirento, triste, sem luz. Era uma coisa sem vida”.
O Presidente da República sublinha a importância da vida dedicada à leitura, aos livros e, sobretudo, aos leitores. O acesso à leitura era perspetivado como um direito que importava plenamente concretizar, constituindo-se as bibliotecas públicas como espaço de satisfação desse direito.
Investigadora, licenciada em ciências históricas e filosóficas, com o curso de Bibliotecário e Arquivista, Maria José Moura foi diretora de serviços de documentação da Universidade de Lisboa, diretora de serviços do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, fundadora da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, Vice-Presidente do Conselho Superior de Bibliotecas, coordenadora geral do Projeto do Inventário do Património Cultural Móvel e delegada nacional da UNESCO.
Maria José Moura foi condecorada com a Ordem do Mérito, reconhecimento que não ficaria confinado às fronteiras nacionais. Foi distinguida, em 1998, em Amesterdão, com o Prémio Internacional do Livro, por proposta da Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecária.
As diversas homenagens realizadas em Portugal e no Estrangeiro são também prova do prestígio que alcançou na defesa da causa da sua vida. Integrava a Comissão de Honra do Plano Nacional de Leitura.