Nos vinte anos do desaparecimento físico de Amália Rodrigues, que hoje se assinalam, é manifesto que a sua presença nunca foi tão unânime, enquanto personalidade humana e artística, enquanto intérprete, e mesmo enquanto símbolo nacional que efetivamente foi.
Vinte anos depois, e a caminho da celebração do centenário do seu nascimento em 2020, Amália não pertence apenas a um tempo e a um país situados no tempo, e mais ou menos extintos, mas continua a ser a voz de Portugal, no seu orgulho e brio, na sua mágoa e alegria, voz dos grandes poetas e voz do povo.
Sucessivas gerações de músicos, do fado e fora do fado, continuam a medir-se com Amália e a prestar-lhe tributo. Admiradores nacionais e internacionais continuam fiéis ao discos canónicos e atentos a reedições e gravações inéditas. E gente de todas as idades, condições e convicções reconhece na obra e figura de Amália Rodrigues um dos mais altos momentos da cultura portuguesa e da arte de ser português.